sexta-feira, 27 de junho de 2014

Um retrato da minha aldeia.

Com a permissão do António Joaquim Alves (poeta e pintor), publico um post seu do Facebook. Nele se espelha bem a realidade não só desta mas de muitas terras, nomeadamente do interior... Repare-se nos termos usados e seu simbolismo (vazio/as, velhos, abandonado, inútil, silêncio, deserto/a, fogo, cinzas, morte)... Por isso, há que meditar!

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"No serpentear da estrada algumas casas
a maioria vazias
ou habitadas por velhos.
Um pontão caiado de branco
uma barroca seca
um ribeiro abandonado
um moinho inútil, parado.

Terras incultas
pinheiros e eucaliptos no lugar das cearas
alguns animais
javalis, raposas e gatos
o silêncio marcado pelo vazio da vida
a estrada deserta.

Só o fogo teima em voltar
neste deserto quase vazio.
Ano após ano incêndios, cinzas e pó.
Quase morte.

António Alves
24/06/2014"

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NB: Não se esqueçam de visitar o blogue deste nosso poeta/pintor - http://leiriartes.blogspot.pt/
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