domingo, 30 de novembro de 2014

O canto da lenha (noutros tempos - cont.)

Todas as casas da aldeia tinham (e continuam a ter) lareira, visto haver necessidade de aquecer a casa e seus habitantes, nos tempos mais frios, bem cozinhar alimentos para pessoas e alguns animais domésticos...

A matéria combustível usada na fogueira compreende: para iniciar a chama, risca-se/acende-se um fósforo ou sopra-se uma brasa da fogueira anterior, que inflamam uma carqueja (ou mesmo palha, papel, pinha, etc., quando não há carqueja seca); depois, uns paus miúdos e, por cima disso, a lenha mais grossa, desde esteva a torga, azinheira, oliveira, etc.

De salientar que, antigamente, os fósforos eram mais escassos, não se podia (no salazarismo) usar isqueiros. E, para colmatar isso, era frequente as nossas mães/avós irem perguntar às vizinhas se lhes podiam dispensar alguma brasa que restasse das suas fogueiras anteriores (ou se já as tivessem aceso antes). Isto apesar de ser muito habitual, ao findar do serão, as mães acondicionarem  debaixo da cinza algumas das melhores brasas que ainda havia, para as tentarem manter até de madrugada...

Ao lado da lareira, havia sempre um canto da lenha. Era o local, num canto da cozinha, onde se colocava a lenha que iria ser queimada. Não era a grande (ou maior) reserva de lenha que se tinha. Essa era guardada num canto da cabana ou num curral seco, onde, no final do Verão ou começo do Outono, se amontoava, principalmente a mais grossa, para ser usada nos meses mais frios...

Numa linguagem meio português meio espanhol, contavam os nossos pais que, no tempo da guerra civil em Espanha (1936-39), em que muitos espanhóis se refugiaram em Portugal, alguns escondendo-se dos seus rivais, diziam uns para os outros: "Se te vas a Portugal, não te ponhas en el "canto da lenha", porque está lá o portuguesito que está siempre a decir: "mete lenha, mete lenha"."

Utensílios indispensáveis, para se usar com a lareira: a tenaz, a pá, o abanico (abano), a vassoura, a grelha, os trempes (tripé), etc.


A seta indica o canto da lenha...
Encostadas à lareira, estão a tenaz e uma grelha.

domingo, 9 de novembro de 2014

Mais um Valecarreirense nos deixou, o Ti Joaquim Alves...

     Embora com atraso de cerca de uma semana, cumpro o dever de informar que faleceu aquele que era o mais antigo Valecarreirense à data: por muito pouco, não chegou aos 100 anos! O Ti Joaquim Alves morava em casa de sua filha, em Torres Novas...

     Para toda a família, vão as nossas condolências... Paz à sua alma!

 O Ti Joaquim com a única irmã ainda entre nós, a minha madrinha Lurdes...

Alguns dos irmãos Alves, tendo à ponta o Padre José Alves. O Ti Joaquim é o terceiro a contar desse lado. Faltam o Ti António e a Ti Nati...